O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

Manifesto

Declaração Constitutiva do Clube da Linha

Cabe-nos viver um tempo de complexidades, perplexidades e desafios. Uma época em que coincidem as melhores expectativas quanto à possibilidade de superar ancestrais estigmas e iniquidades com a constatação de que persistem as piores experiências e perspectivas para o futuro comum.

Um contexto global …
Sabemos que o desenvolvimento da ciência e da técnica a par de uma acrescida consideração pelos direitos humanos criaram condições para que se pudessem alcançar patamares superiores de bem estar, de justiça e de liberdade para todos os homens e mulheres do Mundo crescentemente globalizado. Mas a decepção é grande quando verificamos que a pobreza aumenta, a fome persiste numa intolerável dimensão, as doenças multiplicam-se, as desigualdades acentuam-se, os fanatismos ganham terreno e o desenvolvimento é uma promessa mais longínqua para um número cada vez maior de povos.
O unilateralismo militarista, o avassalador domínio da especulação financeira, a desregulação internacional, a aceleração e aprofundamento das crises sistémicas, são traços que emergem de décadas perdidas com a subordinação internacional ao "consenso de Washington" . Com eles generaliza-se também uma cultura de superficialidade, individualismo, competição exacerbada, consumismo e corrupção ao serviço de uma hiper-mercantilização em que tudo se compra e tudo se vende sem limites, sem razão e sem ética.
Este contexto geral, que substancia a sociedade em rede onde o espaço e o tempo se comprimem, é condicionante das comunidades regionais, nacionais e locais. Cada território é, a um tempo, uma arena de observação e de actuação que interage, em dimensões variáveis, numa dinâmica de causas e de consequências onde dilemas, contradições e projectos se entrelaçam em crescente opacidade.

…e local…
Quer isso dizer que os cidadãos nas suas comunidades e nas suas famílias assumem-se em papéis múltiplos de espectadores e de actores sendo sucessiva, ou simultaneamente, afectados e intervenientes em dimensões que podem ser marcadamente regionais , nacionais ou locais. Mais do que nunca uma qualquer decisão adoptada em Bruxelas ou em Berlim pode ter maiores implicações práticas na vida quotidiana de uma família do que a actuação da sua Câmara Municipal mas também, mais do que nunca, as decisões da sua Câmara Municipal dependem e interagem com as dimensões nacional e europeia.
A dimensão local situa-se hoje na confluência das tensões e contradições que marcam toda a vida em sociedade. Mesmo num país tradicionalmente centralizado, como Portugal, tem hoje uma iniludível importância o que acontece nas dimensões locais e regionais.
Crescentemente o quotidiano dos portugueses é influenciado pelas dinâmicas, opções e incitativas de carácter local. O ambiente, os processos económicos, a educação, a assistência social, a saúde, a mobilidade e a cultura são sectores cuja realização tem cada vez mais a marca das comunidades em que se inscrevem.
Aspectos relevantes da qualidade da vida dos cidadãos podem hoje ser dirimidos a nível local. Em algumas zonas do país é hoje evidente, com bons e com maus exemplos, a diferença que faz para a vida das pessoas quais as políticas e os protagonistas que gerem as comunidades nomeadamente ao nível autárquico.
Provavelmente a par dos aspectos positivos que esta aproximação geográfica aos cidadãos comporta existem também aspectos perversos em gestação. A teia de interesses, dependências e poderes que, em Portugal teve clara expressão no que ficou conhecido pelo “caciquismo local” tende, no novo quadro político-social, a estender-se em mais amplas e mais fortes redes de influência e de poder populista.
Este redimensionamento e complexificação das relações entre o global e o local a par de uma sobredosagem de informação condicionada têm contribuído para tornar a política menos compreensível e a democracia menos participada. Tal não acontece por qualquer pré-determinismo incontornável mas antes por erros cometidos e, sobretudo, por intenção dos interesses que tiram proveito da falta de transparência e da consequente generalização da apatia e do descrédito face à gestão da causa pública.
As desilusões e, ainda, as esperanças que quotidianamente marcam a vida contemporânea são para muitos razão de conformismo e de acomodação ao status quo enquanto para outros justificam a descrença, a alienação ou a revolta. Mas muitos também há que persistem na participação e na intervenção partilhada em prol de valores, causas e aspirações comuns. Estes são aqueles que na sua diversidade, com dificuldades, limitações e, certamente, com erros reafirmam pela reflexão, pelo debate e pela acção o seu compromisso de contribuir para que o futuro seja para todos, mais do que uma razão de esperança, uma construção solidária.

…que reclama participação
É assim que um grupo de cidadãs e de cidadãos entendem associar-se de forma aberta e flexível com vista a concitar reflexões e iniciativas de cariz político e social. Sendo essencialmente, na sua génese, socialistas constituem-se em Clube de Política nos termos do previsto no artigo 112º dos Estatutos do Partido Socialista (PS).
Este Clube é promovido por um conjunto de mulheres e de homens cujos percursos se têm, sobretudo, situado no concelho de Cascais mas é aberto à adesão e participação de todos que com ele se identifiquem e com ele queiram colaborar. Sendo um Clube fundado com origem no PS é, todavia, um espaço para a filiação e a intervenção de qualquer cidadã ou cidadão sem outra discriminação que não seja o seu propósito de contribuir para os objectivos que animam o Clube.
O Clube rege-se pelos princípios da liberdade de pensamento e de acção, pela democraticidade do seu funcionamento e pela valorização da diversidade de perspectivas na construção de uma sociedade livre e mais justa. Sendo uma estrutura aberta e flexível pauta-se por normas mínimas que decorrem de um funcionamento colegial dos seus membros e da eleição anual de um Secretariado para a coordenação das suas actividades.
Promoverá iniciativas e animará projectos recorrendo aos meios presenciais e electrónicos que se revelem mais adequados à constituição de uma comunidade em rede. O ritmo, a natureza, a agenda e a orientação das suas iniciativas não obedece a nenhum outro condicionalismo que não o da vontade e capacidade dos seus membros. Procurará estabelecer laços de solidariedade e pontes de colaboração com entidades e personalidades diversas no respeito pela autonomia e identidades próprias.
Constituem objectivos do Clube promover a reflexão, delinear e divulgar ideias e propostas bem como contribuir para a formação dos seus membros, unindo vontades numa linha de referência com vista à melhoria da vida colectiva. Ainda que a sua dimensão primeira de actuação seja geograficamente referenciada à "linha de Cascais" privilegiando uma perspectiva de "pensar global para agir local" não exclui quaisquer outros âmbitos de participação nomeadamente o regional e o nacional.
Sendo um Clube de Política reclama uma concepção ampla e nobre para a sua politicidade e declara claramente a recusa de quaisquer concepções restritivas que enclausurem a política no exercício mediático de protagonismos pessoais, na gestão de interesses ocultos ou na camuflagem de quaisquer proveitos privados.
Adopta como designação identificativa o nome de Clube da Linha.
Mas a interpretação do seu baptismo fica aberta aos critérios e às circunstâncias sendo que a "Linha" a que se reporta tanto poderá ser de natureza geográfica como ideológica, morfológica, estética ou outra. Talvez apenas a linha de um horizonte que se ambiciona.
E assim, por vontade livre dos seus fundadores, aos 20 do mês de Junho de 2008 fica constituído o Clube da Linha.