O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Artigo da Linha publicado no Blog "Olhar Direito": Votar no PS, no Governo ou em Sócrates?

Votar no PS, no Governo ou em Sócrates?

Estas eleições legislativas extremam questões teóricas e práticas que não são novas na politica nacional mas que adquirem maior visibilidade desde o fim do guterrismo. As práticas saltam a vista: com a gradual mudança que José Sócrates tem operado no PS, uma mudança geracional com consequências ideológicas (iniciada aliás no segundo governo Guterres e prosseguida na oposição por Ferro), associada ao estiolar do PSD em vários partidos que se confrontam já abertamente (vide a perseguição de Ferreira Leite a Passos Coelho), a bipolarização à portuguesa não é tanto entre Esquerda e Direita como entre clubes: os ppd's e os ps's, os da oposição e os do governo, os ferreiristas(?) e os socratistas. É um tanto desolador, e pode potenciar a abstenção ou o voto irracional, mas o facto é que este estado de coisas não é novo e tem a sua origem na presidencialização da figura do Primeiro-Ministro (patente desde que Cavaco ganhou a primeira maioria absoluta), processo potenciado pela exploração mediática, um mercado em permanente radicalização.

Votamos num partido (e nas suas propostas)? Num governo (e seu registo)? Num candidato (na sua personalidade)? Em tudo, mais ou menos confundido? A emocionalização da política faz-se desta confusão do que deveria ser simples. As escolhas entre Esquerda e Direita devem ser mais ou menos claras (e, actualmente, Portugal tem uma das maiores distinções de sempre entre os dois campos), mas não parecem motivar a opção de voto. O que conta é o clubismo: em vez de eleger deputados de um partido, em função da adesão a um programa, discute-se quem fez isto ou aquilo no Verão Quente de 1975; em vez de avaliar um governo pela sua capacidade de executar o seu programa, há «os casos» em série, todos a apagarem-se uns aos outros (logo com este governo, o primeiro a adoptar sem alterações o programa eleitoral como programa de governo...); em vez de apreciar uma personalidade política pelo que ela tem de político (as alterações que conduziu na sua estrutura partidária como teste para o que poderia fazer no Governo do país), fica-se a conhecer as casas, as piadas de que se ri...

No entanto, poucas eleições podem ser mais claras do que estas:

- a Direita volta com os mesmos candidatos e as mesmas políticas que há 5 anos atrás

- e já são os mesmos há mais de 20 anos... (e nem vale a pena falar do soba da Madeira!); - a Esquerda que se reclama «única» (talvez por isso nunca se entendam, o BE e o PCP), permanece onde estava há 10 anos, pronta a minar um governo minoritário do PS

- porque para a táctica do «quanto pior, melhor», velha de mais de 30 anos, isso é o ideal;

- o PS aposta nas armas que lhe deram a sua primeira maioria absoluta, indiferente ao facto de o mediatismo, a personalização, a presidencialização da figura do PM (com fífias como a mandatária Patrocínio e tudo), serem hoje métodos bem duvidosos de contrariar a abstenção que é a maior ameaça à governabilidade de qualquer governo.

Tal como nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, o verdadeiro adversário de um partido que ambiciona governar é a abstenção. De tal modo que foi por esta que o PS perdeu essas eleições e foi a vitória que o PSD nelas obteve imediatamente revelou a sua incapacidade política. Isto porque governar significa exercer o poder para causar ou controlar mudanças, e isos implica uma estratégia.

Debaixo do rebuliço mediático e das confrontações partidárias, por trás de cálculos sobe eleições daqui a 2 anos (como se alguém soubesse quem lidera os partidos de governo e da oposição então e quem será o próximo Presidente para prever alianças parlamentares viáveis em 2011...), qual o espaço para a política entendida como estratégia de mudança de Portugal?Apesar das reservas já referidas à estratégia eleitoral seguida pelo PS, de presidencialização do PM, de personalização em Sócrates, de formatação mediática de tipo publicitário da sua mensagem, o facto é que existe um registo de opções e uma afirmação programática clara para a sua prossecução.

Apoiado na contenção orçamental de 2005-8, pode apostar, como já faz, no investimento público para contrariar a crise actual. Há outra proposta mais viável?

Apoiado na reforma da Segurança Social, contra a ideia da sua condenação, propalada no governo PSD/CDS, pode corresponder aos efeitos imediatos da crise. Poderia ser outra a opção de um partido de Esquerda?Modernizando a economia, Portugal é hoje um dos países mais avançados do mundo no campo das energias renováveis, a principal saída da dependência energética do exterior e do défice externo. Daí a recusa em qualquer opção pela energia nuclear no futuro. Há racionalidade económica e ecológica mais conseguida?

Na formação de recursos humanos, os professores têm hoje a colocação a tempo e horas (embora, talvez, haja quem tenha saudades da Compta...), por 4 anos (velha reclamação atendida por este governo) e melhores instalações; os alunos, um ensino mais sistematicamente avaliado, um programa internacionalmente reconhecido de acesso a tecnologias de informação e uma escola que apoia vida familiar (nos horários e na diversidade do ensino, desde a música às ao Inglês); a população adulta em geral, programas de regresso ao ensino, de ensino profissional e de reconhecimento de competências adquiridas profissionalmente. Apesar de todas as pressões sofridas, nada foi abandonado e tudo será desenvolvido. Quem apresenta uma estratégia mais consistente?Para não prosseguir indefinidamente: nas questões de costumes, descriminalizou-se o IVG de modo a deixar a reacção sem argumentos (graças a um referendo que o PCP rejeitava...); alterou-se a lei do divórcio; compromete-se agora o PS a rever a questão do casamento homossexual na próxima legislatura. Quem quer discutir coerência?Enfim, fácil é ficar preso na vida política feita de casos e não votar, dizendo que são todos iguais. Mas desde a extrema Direita à extrema Esquerda as diferenças são hoje bem nítidas. A do PS faz-se pela política seguida e pelo compromisso com o futuro. Quem quiser outro Governo que o encontre. Boa sorte.

3 comentários:

Francisco Castelo Branco disse...

Boa participação.

De facto, o PS de hoje é mais Socrates do que o resto.

Socrates conseguiu reunir em si o partido. O que é bom. Apesar da saida de Manuel Alegre.

So que se perder, muito provavelmente se vai sentir sozinho

AL`garvio disse...

Belissimo post.É votar PS

Anónimo disse...

Sócrates é um líder.

Sócrates é efectivamente um homem de diálogo com todos dentro do "PS". e, não só..!!

Sócrates faz brilhar o "PS"

Sócrates tem um outro olhar para o futuro.

Felicidades,
Elisabete