O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

De que vale o sentido do voto para Louçã?

As últimas semanas têm proporcionado a Francisco Louçã um verdadeiro périplo pelo país, em busca de pequenos casos, de grandes notícias, de pequenas falhas ou grandes escândalos. Louçã tem calcorreado, quase a palmo, concelhos e distritos que não lhe têm dado, até aqui, a confiança do seu voto.

E, na mais habilidosa estratégia de cangalheiro, adoptou um discurso miserabilista no género, derrotista na projecção futura do país, pessimista quanto às políticas sociais e vazio no conteúdo. É, nitidamente, a estratégia do cangalheiro, que anda por aí a exacerbar a desgraça alheia, a dar palco à miséria sem, no entanto, levar consigo um programa que transpire esperança e optimismo.

E porquê? Por uma razão muito simples. Se o fizer deita por água a filosofia básica do seu partido. Contestar, criticar, demolir, mas nunca, nem que a isso fosse obrigado, construir ou apresentar propostas de solução. E isto explica a vontade sórdida, não admitida pelo BE, mas sentida por todos, em proporcionar a vitória de Ferreira Leite e consequentemente a derrota de José Sócrates. Só assim, Louçã fará o pleno.

Garante um crescimento do BE conseguido pela transferência de votos dos descontentes, justificado pelo alegado “falhanço” do Governo PS. E assim, sentir-se-á ilibado de governar e simultaneamente, agraciado por ter sido o líder político a conseguir o maior crescimento nestas eleições.

Mas, e Louçã sabe disso, se conseguir um aumento significativo de votos no BE, seja qual for o status quo parlamentar, terá que alimentar o capital de expectativa, de todos aqueles que nele confiaram. Ou seja, quem votar BE por descontentamento vai exigir dele soluções. Vai pedir ao Bloco, e a Louçã, que se responsabilize por esse depósito de confiança.

Todavia, essa não é a vocação deste pequeno partido, com vocação para ser pequeno e sem vontade de crescer. Na verdade a irreverência é, por definição, juvenil enquanto a responsabilidade é tradicionalmente imputada aos adultos. E é por isso que o Bloco não pode crescer. O Bloco não é, nem pretende ser um partido responsável. Se pretendesse, mesmo que evitasse coligações, estaria munido de propostas governativas viáveis.

O BE tem um grande problema, que o acompanha desde o início e que o fará extinguir a prazo, que é o facto de ser uma verdadeira manta de partidos retalhados. E, se esses retalhos por algum acaso pudessem, algum dia, ter sido um todo comum, essa esperança morreu quando o BE começou a criar simpatias naqueles que repudiaram a extrema-esquerda (e bem) mas não perceberam que o Bloco era não mais do que uma recauchutagem dessas esquerdas não democráticas. Hoje, embora não seja um mass party, o BE começa a ser um catch-all-party a caminho da ingovernabilidade interna.

Dará, certamente um brilhante caso de estudo. Pena é que as cobaias sejam o Portugal real.

Rui Alexandre

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