O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Rui Alexandre: A Crise de Identidade Europeia

Ao que parece a Europa respeita muito pouco as leis da física. Primeiro veio a União/Fusão, em espírito de profunda serenidade e paz, como a solução para as desavenças ideológicas que haviam culminado na II Guerra Mundial.

Depois a União começou a registar algumas fricções e desagrados. E só no fim de tudo isto, passado mais de meio século, é que vem o verdadeiro estado de ebulição!

A Europa esta a ferver, a pontos de se dar uma verdadeira fusão, melhor dizendo diluição, das estruturas que Roma criou.

A paz perpétua não existe sem que ela seja o desígnio de um dos grandes Estados. E é isso que se tem visto desde sempre, com as quotas da PAC, com os castigos a Estados-Membros, com a representação no PE e até com a ridícula “bilocalização” do PE – Bruxelas e Estrasburgo – apenas para gáudio dos gauleses, o que comporta elevadíssimos custos, de 6 em 6 meses, para deslocação de toda a máquina entre as duas cidades.

E é isso o que se vê hoje com a situação de ruptura financeira na Grécia e com a especulação em torno da dívida portuguesa. A Europa franze as rugas burocráticas da testa, mostra um ar de preocupação e volta-se de novo para o lado para empacotar a papelada que em breve irá para os camiões de regresso a Bruxelas. A crise ainda só está no sul!

Hoje, um professor de Leuven – Paul De Grauwe (Bélgica) – afirma no Público com a maior das clarezas que a situação grega e portuguesa são muito diferentes e que o risco da dívida portuguesa nem por sombra se pode comparar ao grego. Mas assume que para as agências de rating nós não deixamos de ser do Sul. “As agências são muito anglo-saxónicas”, conclui.

Que esta xenofobia tenha algum fundamento nos milhões que dará a lucrar às agências, eu não questiono. Elas só agem deste modo porque têm toda a liberdade para isso. Que a Europa esteja absolutamente nas tintas é que já não aceito. Não posso considerar-me parte de uma realidade que me considera inferior por ser do Sul. E sou mesmo. Do Sul da Europa e do de Portugal. Se isso faz de mim menos europeu, que se lixe a mobilidade de bens, pessoas e capitais. Venha a dignidade de volta.

A par da tarefa difícil que o Governo tem em mãos – passar a imagem de credibilidade e confiança no país – terá também que nos defender a honra nos passos perdidos de Bruxelas.

Rui Estêvão Alexandre
Politólogo
Clube A Linha

3 comentários:

Paulo da Costa Ferreira disse...

Caro Rui,
Magnífico artigo. Eu não me poderia identificar mais com um texto político. Bravo!
um abraço,
Paulo

Anónimo disse...

Parabéns pelo breve apontamento.
Abraço,
Jaime Oliveira
Matosinhos

Vitor Bras disse...

Rui mesmo que fosse um mau artigo seria sempre positivo trazer o tema para discussão. Mas efectivamente é um bom artigo. No entanto há uma parte no artigo ( na minha interpretação do artigo ) que não corroboro, Discordo que com o facto de que para as agências de rating nós somos do “Sul” como se isso fosse uma simples questão geográfica. O grande problema é que nós somos do sul com os problemas de produtividade e eficiência de falta de exigência que ser do Sul significa. A esta distância os ataques dos especuladores vai nos sair caro mas acho que não nos vai deitar abaixo. A grande vantagem que Portugal tem é termo-nos a nós (geração ) para dar a volta á situação. Há dois tipos de pessoas no mundo as que se vêm como heróis e as que se vêm como vitimas. Eu vejo-nos (geração ) como heróis que vamos retirar Portugal do “Sul” da Europa. E porque não….

Hoje é um grande dia.

1 Abraço e continua
Vitor Bras