
Por vezes, as voltas que o mundo dá justificam as voltas que se não deram antes. A última campanha para a FAUL dividiu o partido, trouxe discussão, obrigou à reflexão e, acima de tudo, à tomada de decisões que, em certos casos representou uma verdadeira quebra do status quo.
A verdade, neste caso é que por mais que fossem as razões para apoiar uma ou outra candidatura, seria sempre possível encontrar grandes argumentos favoráveis ou contrários a esse mesmo apoio. O que a todos nós, como militantes do PS, nos deve orgulhar foi a capacidade que o partido demonstrou de gerar discussão e debate acerca de moções, das propostas que ambas as candidaturas trouxeram para o terreno e que, em última análise levaram às decisões de cada um de nós. Nunca nos últimos anos, como desta vez, se viu militantes empenhados na leitura dos documentos das candidaturas.
Porém, no Congresso que decorreu no último Sábado em Odivelas, o ambiente era duro e transpirava desânimo pela solução encontrada entre as duas candidaturas para a composição da Comissão Política Federativa.
O PS sempre pautou a sua intervenção pela disseminação dos mais firmes valores democráticos, pela inclusão, pela união de todos os seus militantes em torno de um projecto político que nos deve orgulhar.
Em minha opinião, o passo dado no XIV Congresso da FAUL demonstra a capacidade dos Socialistas ultrapassarem sem rancores a derrota nas urnas. Demonstra que, unindo projectos, o PS se torna um partido mais forte, mais coeso, mais responsável.
Estas eleições proporcionaram, de facto, ao partido uma oportunidade de repensar a sua estratégia de intervenção ao nível da Área Metropolitana de Lisboa, mas também ao nível das concelhias e das secções de residência. O resultado do último congresso tem que ser encarado como uma oportunidade de crescimento, de solidificação de ideias e de união de esforços. Errado seria insistir no divisionismo.
Por vezes, as voltas que o mundo dá justificam mesmo as voltas que se não deram antes. Tudo seria diferente se feito de modo diametralmente oposto. Mas a realidade é a que temos e só unidos em torno das soluções que se nos apresentam conseguiremos elevar o partido à sua verdadeira dimensão de maior partido Nacional.
Rui Alexandre
Polítólogo
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