O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ascenso Simões: Cazzola e a esquerda

"Provocado, há poucos dias, pelo Clube de Política “ A Linha”, fui recuperar Franco Cazzola, num texto a que deu o nome “O que resta da Esquerda – mitos e realidades das esquerdas no Governo”. Não me arrependi de o ter relido, mas não foi alegre a forma como essa leitura foi feita.

Em boa verdade, Cazzola traz-nos à luz uma realidade inconveniente e diz-nos que o problema da esquerda é a existência de muitas esquerdas; Enquanto que a direita se fundeou numa visão de negação do Estado e, por isso, foi abjurando uma certa perspectiva social, que a doutrina social da igreja nos dava.

O título do livro não poderia ser mais desmotivador – o que resta da esquerda. Leva-nos, no imediato, ao passado e à perda, numa visão que pode ser considerada como uma derrota. São, aliás, estas formas de trazer o pensamento, tristes e prostradas, que fazem com que haja cada vez menos gente a querer discutir política pelo lado não politicamente correcto…

O texto parte de uma análise empírica, do que foi acontecendo na Europa desde a segunda grande guerra. A forma como nos oferece as razões das políticas e as relaciona com os projectos desenvolvidos em cada país, é mais um conjunto de dados do que a base para uma leitura conclusiva. Nem as predisposições, para a identificação das diferenças entre governos, são suficientemente sólidas para uma conclusão absoluta.

O mais interessante é a forma como Cazzola analisa cada acção governativa perante os recursos financeiros que tinha em mãos e perante a realidade de cada país. Aí se pode constatar que é um erro identificar um governo de esquerda que seja, que tenha sido, clinicamente puro, perante a acção concreta.

Ouvi há dias o politólogo André Freire dizer que importa reunir todas as esquerdas num só projecto. Cazzola responde a Freire dizendo que isso não é possível. Há uma esquerda democrática que assume a economia de mercado e o papel social do Estado, que não é compatível com uma esquerda que assenta na luta de classes, na visão intervencionista do Estado e rejeita o esforço para a consagração de uma união democrática na Europa.

Vieira da Silva, numa acção que a Fundação F. Erbert promoveu recentemente, não conseguiu encontrar as razões para a decepção que existe hoje, perante a incapacidade da esquerda encontrar um roteiro político.

A esquerda tem muitos e velhos problemas a que não consegue dar resposta. Como conseguir uma economia florescente com um estado de equidade e justiça social? Como conseguir resolver o problema demográfico compatibilizando-o com os novos conceitos de família? Como resolver o problema da imigração sem encontrar uma linha de acção no âmbito da segurança interna? Como assumir políticas nacionais num mundo sem governação global? E muitas outras questões nos tolhem…

Há aqui um caminho a seguir. Esse caminho é o de se reinventar uma outra forma de ter presente o Estado na vida das pessoas. Durante os anos 70, 80 e parte dos anos 90 do século passado, os partidos da esquerda democrática invernaram perante o liberalismo feroz de Reagan e Thatcher. Depois disso a Teceira Via conseguiu uma década de compromissos. Muito criticada foi… Talvez a esquerda democrática seja obrigada, por agora, a esperar, para se conseguir reinventar. Talvez! Mas que o faça com alegria e com esperança, porque há por aí, muito “velho do Restelo”, vencido na vida e sem uma palavra de futuro…"

1 comentário:

Micael Sousa disse...

Bem, pelo menos o que resta da Esquerda, em última instancia, somos nós todos, aqueles que se dizem de esquerda. Por isso, cabe, a nós todos, fazer essa reinvenção. Para isso, há que começar pelo estudo de espírito aberto - bem, com isto acabei de excluir a esquerda não democrática deste futuro.