O moderador da sessão, Miguel Figueiredo, Deputado Municipal e mestre em gestão (área de marketing), recordou que a palavra Marketing vem do termo “market” (mercado) e diz respeito ao estudo dos mercados, em particular à recolha e tratamento de informação sobre as necessidades e preferências dos públicos-alvo, bem como à concepção das estratégias de produto e de comunicação, sendo que estas devem resultar da informação recolhida e dos objectivos da organização.
Acrescentou ainda que na política, conhecer os desejos e as necessidades dos cidadãos nada tem de negativo. Pelo contrário, não é ignorando o sentimento e a vontade das populações que se consegue fazer um programa político coerente com uma ideologia e em simultâneo aderente à realidade. Não se trata de ir ao sabor da opinião pública em detrimento das propostas que consideramos mais justas. Trata-se de melhorar a forma de fazer chegar as nossas ideias e de obter mudanças de atitude por via de uma comunicação mais eficaz.
Sublinhando que as sondagens são um instrumento de análise e de trabalho, Rui Oliveira começou por fazer a analise das eleições no concelho de Cascais ao longo dos últimos anos, relevando a sua representatividade face à área metropolitana de Lisboa e a nível nacional.
A importância e a fiabilidade das actuais sondagens nos processos eleitorais foram, igualmente, destacados pelo orador que perante uma audiência atenta apresentou o exemplo das recentes eleições regionais dos Açores e a relação do abstencionismo no grau de “certeza” nas previsões.
Através da análise de vários exemplos de sondagens e de resultados eleitorais, Rui Oliveira e Costa introduziu no debate a noção de que a maioria é por definição silenciosa, expressando o seu sentimento nas urnas.
“O candidato forte não é necessariamente aquele que tem maior notoriedade, mas sim o que reúne as principais características pessoais e que compõe o perfil recomendado: carisma, capacidade de resolução de conflitos, poder de antecipação da vontade popular, competências de planeamento e direcção, em suma as características de um líder”. Foi com esta intervenção provocatória que Marcos Sá, Deputado da Assembleia da República, iniciou a sua intervenção na Formação em LINHA.
Recordou que se aproximam eleições decisivas para o Partido Socialista, as quais exigem o contributo de todos os socialistas. “Temos de aprender com os erros do passado e ser consequentes com o nosso discurso político. É impensável adiar o combate político… tal postura teria sérias consequências no desfecho das eleições”.
Marcos Sá aproveitou ainda para fazer análise comparativa entre o Marketing Político e o Marketing Comercial, realçando a orientação por princípios do primeiro face aos critérios de natureza mercantil do segundo, sublinhando ainda que o Marketing Político, como qualquer ferramenta, pode ser bem ou mal utilizado. É sobre a sua utilização que devemos centrar a nossa atenção.
No decurso da sua apresentação, Marcos Sá apresentou o trabalho concreto que neste domínio tem vindo a desenvolver na Concelhia de Oeiras, lançando o desafio às concelhias limítrofes do PS, nomeadamente Cascais e Sintra, de se articularem esforços neste e noutros domínios concretos.
Perante a proximidade temporal entre as próximas eleições legislativas e autárquicas – que no limite poderão ser agendadas para o mesmo dia – coloca-se a questão da mensagem política a transmitir. Com efeito, foi sublinhado pelos oradores que se corre o sério risco de tais mensagens se transformarem num “ruído ensurdecedor”, fruto da proliferação de temas nacionais e regionais a debater pelos vários partidos. Esta é pois uma questão central com que se confrontarão as equipas de coordenação das campanhas eleitorais.
Umberto Pacheco, actual Deputado da Assembleia da Republica e anterior Presidente da Comissão Política Concelhia de Cascais do PS, a pedido da organização da acção de formação, fez uma análise crítica sobre a evolução dos resultados eleitorais no Concelho de Cascais. O Homem que conduziu os destinos do PS em Cascais durante mais de 10 anos, reforçou a importância da mensagem política deixada por Marcos Sá, no sentido em que o contributo de todos é fundamental e nunca será demais.
2 comentários:
Parabéns pela iniciativa!
Sugiro que aprofundem os temas e que repliquem a formação por outros locais.
A Linha é da FAUL? da Comissão Política?
Independentemente de tudo, acho que este projecto vale muito a pena...
Que tal um tema sobre Cascais:
"Pensar cascais"
Miguel Lage
Meu caro Marcos,
Parabéns por todo o teu empenho, entusiasmo e capacidade de mobilizar os militantes do PS.
A Linha ao convidar-te deu provas que está atenta aos verdadeiros protagonistas políticos do nosso Partido... a nova geração de políticos promissores deste país.
Espero que leves a bom porto os teus esforços.
Gonçalo Pires (Oeiras)
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