No actual momento de crise financeira global, a procura por aumentos de competitividade das empresas, constitui um factor essencial para a sua sobrevivência.
É que em tempos de escassez e da consequente maior racionalização dos recursos existentes, a lei há muito apresentada por Darwin, não perdoa; só as pessoas, organizações e Estados mais aptos é que sobrevivem.
A questão da competitividade não se esgota ao nível das empresas, mas sim constitui uma questão globalizante, dentro de um espaço alargado que inclui as empresas, o Estado com as organizações por ele administradas e a população em geral.
A competitividade dos cidadãos é para muitos a questão fundamental, podendo constituir uma relevante vantagem competitiva, no caso das organizações que saibam promover e desenvolver a gestão do conhecimento dos seus colaboradores; as actuais qualificações dos portugueses, em alguns casos, ainda se apresentam insuficientes para se considerarem competitivas, tornando-se assim um obstáculo ao nosso desenvolvimento nos mercados globais.
Desde da altura da adesão do pais à, então, CEE, que muitos fundos comunitários foram gastos em formação profissional sem o impacto desejável no aumento de competências da nossa população activa. O actual quadro comunitário terá aí um papel fundamental, nesta procura interminável pelo desenvolvimento de inteligências competitivas.
Normalmente em tempos de crise, importantes oportunidades podem surgir, o que para aqueles que investiram atempadamente em aumentos de eficiências organizacionais, mais facilmente vão disputar competitivamente nos mercados globais.
Assim, constitui factor vital para este ganho de competitividade, as reestruturações estatais no sentido de simplificação de processos e metodologias. Estas mudanças, acompanhadas pela aposta na inovação e desenvolvimento de novos mercados e novos produtos, vão ser fundamentais para que o país, se diferencie positivamente, contribuindo para o directo aumento do nível de vida dos seus cidadãos.
É sabido de que as pequenas e médias empresas possuem um papel determinante no nosso sector produtivo. Em muitas delas, ainda se observam culturas organizacionais pouco focadas na satisfação dos seus clientes (internos e externos), nada compatíveis com estas questões de ganhos de competitividade. Talvez este facto, constitua um dos principais factores para o elevado encerramento de empresas.
As empresas que procuram crescimentos sustentados, terão que adoptar planos estratégicos que cumpram as boas praticas da responsabilidade social, nomeadamente satisfazendo as necessidades dos seus clientes internos e externos, investindo fortemente em ganhos de eficiência organizacional.
O processo de fidelização dos clientes contribui para o aumento da competitividade das empresas; quando este processo é conduzido pela gestão de topo, leva a uma significativa evolução organizacional dessa instituição.
O conhecimento dos clientes, por rotinas implementadas através de processos de CRM (Costumer Relationship Management) e de marketing de relacionamento, pode aumentar a fidelização dos clientes (internos e externos), aumentar os níveis de vendas através do “cross-selling” e a diminuição dos custos da não qualidade (directos e indirectos).
Mas, os novos canais como é um exemplo a Internet e dos Contact Centers, se não estiverem correctamente suportados por efectivas e bem dimensionadas equipas operacionais, podem contribuir para a criação da insatisfação dos clientes, só que a uma velocidade e em uma dimensão em larga escala, provocando assim grandes estragos na competitividade.
Os colaboradores constituem, a principal riqueza de uma organização. Uma gestão de topo focada no desenvolvimento e motivação dos seus quadros, investindo no desenvolvimento de competências alinhadas ao plano estratégico da organização, vai permitir a redução significativa de custos de não qualidade.
Quanto maior for o nível organizacional da empresa, maior descentralização do poder se verifica, conduzindo a uma eficiente responsabilização individual dos colaboradores. O constante acompanhamento do indivíduo dentro da empresa, através de processos de motivação, formação e coaching, definição clara e objectiva de sistemas de avaliação e introdução de sistemas de incentivos, são factores que vão ao nível do indivíduo, conduzir a grandes ganhos de competitividade.
Todas as pessoas são potencialmente validas, o factor crítico de sucesso está normalmente mais do lado do Gestor, que no caso de não reunir as necessárias características de liderança, vai permitir e até promover a perda de valores humanos, que poderiam ser incrivelmente úteis na constante diferenciação positiva das instituições.
Paulo Sá Pereira
Membro Fundador do Clube de Reflexão Política A Linha
Business coach
ppereira@stateoftheart.pt
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