Fui renitente em entrar na vida política e partidária, por sempre entender que gosto de pensar por mim própria. Senti sempre que fazer parte de uma organização partidária equivaleria a aprisionar e ensombrar as minhas próprias opiniões face às decisões de uma organização partidária. Pensamento e ideia insustentável para a minha maneira de estar na vida.
Todavia, em mim operou-se uma mudança, porque como é óbvio, o nosso percurso de crescimento pessoal difere de pessoa para pessoa. Tive que crescer, para perceber e integrar pensamentos, tais como:
“o meu País precisa de mim, como de qualquer outro cidadão português; - se desejo que o meu País tenha um melhor nível de vida e se encontrem mais esbatidas as diferenças existentes entre as várias classes sociais, tenho e devo participar na vida política portuguesa; - antes de críticar devo participar e trabalhar na inovação e construção de projectos políticos para o bem comum; - estarei correcta ao nada fazer, não participar, não fazer parte, esperando que outros trabalhem, planeiem, organizem e tomem decisões que a todos dizem respeito; - integrar um partido político não me torna prisioneira dele, antes pelo contrário, através dele poderei contribuir a par de outros numa melhoria das condições de vida para todos; - estarmos na política é sermos voluntários, solidários e socialmente sensíveis ao bem comum, é defendermos uma justiça social com a criação de oportunidades iguais para todos, é partilharmos responsabilidades, no fundo é efectivarmos uma cidadania activa”.
Pensamentos simples, mas importantes. Pois, quantos mais sentirem o que senti, mais irão participar, florescendo pensamentos e trocas de ideias viçosas, ricas e cheias de cor. A quantidade tratará a qualidade, obviamente já existente, mas que nunca será excessiva na vida política.
Quando decidi estar presente na sessão, “Autárquicas 2009 – Os Novos desafios da Governação Local”, questionei-me porquê e para quê? Quem vou encontrar?
Pensei. Senão mais, pelo menos um conjunto de pessoas, donde faço parte. A minha família, a que escolhi. A família das ideias e dos sonhos políticos que senão iguais, pelo menos semelhantes.
Estar presente na sessão representou ser ouvinte e participar através de uma discussão construtiva, das opiniões, valores e experiências pessoais que todos nós transportamos e, que em conjunto, poderemos canalizar e reflectir, construindo alternativas sobre as atitudes, soluções e caminhos realizáveis a adoptar sobre programas e projectos políticos no objectivo de que as gentes deste País vivam melhor nos aspectos económico, social e cultural. É assim, que eu vejo e vivo a política.
Mas penso que a razão de ser de todos os presentes, ou seja, a sua pedra de toque, a sua estrela Polar foi a vontade que lhes assiste na troca de ideias, pela reflexão do passado e presente, a pensar no rumo certo que o PS deverá adoptar nas autárquicas de 2009.
Para mim a solução será a aproximação das populações à política. Deixo cair estas duas palavras a MOTIVAÇÃO e a SOLIDARIEDADE. Porquê?
A Motivação, na medida que implicará uma maior participação dos cidadãos na vida política portuguesa que por sua vez, provocará uma menor abstenção eleitoral e construirá caminhos através de redes, parcerias e contratos locais, através da solidariedade entre todos.
A Solidariedade, na medida que terá de ser repensada profundamente, criando canais para a sua incrementação, organização e planeamento, onde as populações locais alcancem dinâmicas vivas, mescladas de novos valores.
Os tempos são de crise e para lhe responder eficazmente não bastarão somente os programas de ajuda social que o Governo tem e irá implementar num futuro próximo. As populações deverão ter que repensar formas e vias próprias para se autonomizarem, onde o poder local poderá ter uma palavra a dizer.
Deixo por isso, a seguinte questão: a comunicação, a informação e o marketing não serão as armas de base para uma Sociedade do Conhecimento, que por sua vez implementará a motivação e solidariedade nos âmbitos geral e local. Não será este um dos primeiros caminhos a seguir.
Considero que um bom trabalho autárquico constitui uma das bases interactivas na construção de planos e programas políticos nacionais. Mas, sem marketing, comunicação e informação bem canalizada e partilhada esse trabalho passará despercebido por muito bom que seja.
Parabéns ao Clube da Linha pela Sessão.
Maria Penim
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