
Mesmo quem se sinta um pouco desconfortável perante a facilidade com que o termo «modernidade» é usado hoje não deixará de notar como «fazer de morto» é um programa bem específico e distinto. Ele consiste em ser conservador na acepção mais superficial do termo (o que é lógico, quem faz de morto não deve manifestar vida nem à superfície nem interior). Deixar passar o tempo sem atender aos problemas que se modificam, às expectativas sociais que se alteram, às soluções que se desenvolvem. A manutenção do PPD num estado de Cavaquismo sem Cavaco, coisa que já dura há quase 15 anos, demonstra bem como no interior do partido se pratica o fazer de morto que se quer agora oferecer ao pais. O mundo, lá fora, que siga o seu rumo. «Eles», os populistas de Santana, as «elites» de Ferreira Leite, os «jovens» de Passos Coelho, velam a memória de Sá Carneiro e cuidam dos restos do cavaquismo ainda por serem constituídos arguidos.

Claro que o objectivo da «drª Manuela» era constituir listas de deputados «respeitáveis» e atirar com os «populistas» para as autarquias. A vitória nas europeias veio obrigar a um simulacro de esperança para as legislativas. Mas, quando perder e sair, a lider do PSD vai deixar o que encontrou, um partido morto. O (injustamente) famigerado Bloco Central será impossível, desde logo, por falta de parceiro. A ingovernabilidade? Não tanto, mas com pesos mortos tudo fica desnecessariamente mais complicado. Era dispensável. Mas parece que os zombies não baixam os braços.
2 comentários:
Os abutres também morrem à fome, sobretudo quando, afinal, não havia nada para comer. Um abraço
Aves raras é uma espécie que abunda muito!!!
Vamos chamar a Fénix!!
Por vezes é necessário renascer de novo!!??
Acordar do pesadelo e viver o sonho!!
Elisabete
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