Este ano, A Linha reuniu deputados (Arons de Carvalho), governantes (Augusto Santos Silva, Bernardo Trindade), altos quadros (Carlos Zorrinho), antigos governantes (Carlos Monjardino) e actuais responsáveis em organizações internacionais (João Cravinho) com a «sociedade civil» de que tanto se fala, em debates sobre temas tão diversos como a crise financeira, o plano tecnológico, a ecologia e o turismo. Além disso, enquanto clube socialista, foi A Linha a única organização capaz e interessada em organizar um debate entre os responsáveis das três moções propostas para discussão no último Congresso. Pena a desatenção da comunicação social, que reteve só um comentário (truncado, aliás) de Augusto Santos Silva. Mas, no conjunto, nada mau para um clube informal de um partido supostamente sem discussão interna!
E ainda em 2009 contamos reunir-nos de novo, com a presença de outros convidados que são para nós referências no espectro político nacional. Entre outras actividades a que iremos dando destaque aqui.
Na realidade, a manutenção da moralidade significa isto mesmo, fazermos o nosso papel na vida pública. Pode parecer pouco, mas como sabe quem o faz, traz custos. A célebre «ética republicana» é a fórmula consagrada para quem suporta esses custos, pois não indica uma simples adesão a um regime não-monárquico nem se resume ao cumprimento com as normas institucionais. Trata-se de uma ética justamente por se referir a um comportamento cívico que, mesmo não sendo indiferente a equívocos e más vontades, não se deixa deter por tudo isso. A opção do Clube A Linha pelo debate público radica nesta ética, fundamento de qualquer socialismo democrático.
Claro que não se pode ser justo estando só. A vida ética, a preocupação política com a justiça, requer diálogo com quadrantes sociais diversos do nosso. Ao recusar fechar sobre o PS os seus membros, A Linha definiu-se desde cedo pela sua vocação para a abertura. Por isso mesmo não regozijamos com o estado de descontrole interno do actual PSD e do seu grupo parlamentar ou com a permanente competição entre BE e PCP pela liderança da extrema-esquerda, pois ambas as situações prejudicam a sociedade portuguesa e, nela, também o PS. É com frustração que vemos os actores mais conservadores da sociedade portuguesa atacarem Saramago ou insistirem em denegrir o primeiro Ministro com casos que nunca existiram a não ser em campanhas de desinformação; e com incómodo assistimos à leviandade daqueles que, reclamando-se da Esquerda, se prestam a apoiar todos os golpes baixos da Direita. Neste cenário, é cada vez mais necessário que o Clube A Linha continue a tentar cultivar o diálogo interpartidário e, mais ainda, o debate do PS com todos os agentes sociais.
São esses os custos de manutenção da moralidade que contribuímos para pagar. E 2010, ano de centenário da República e de congressos no interior do PS, presta-se bem a revisitar a História do Partido Socialista com os olhos postos em propostas de renovação. A moralidade tem um preço, mas felizmente esse preço é um investimento no futuro.
A Linha
2 comentários:
Recordo a presença de pelo menos mais 2 deputados nos nossos debates: Marcos de Sá e Luis Pita Ameixa.
Abraço
Claro que sim!
Abraço
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