O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Rui Alexandre: A Ditadura do Vazio

Tenho amigos jornalistas e outros que o não sendo também escrevem em jornais ou coisas parecidas. São bons amigos, boas pessoas e têm uma profissão absolutamente fascinante, seja pela liberdade com que podem desenvolver o seu trabalho, seja pela ideia de conseguir, através da palavra, pequenas e grandes metamorfoses sociais.

É neste ponto, porém, que pode ocorrer o que esta profissão tem também de mais perverso. A actividade jornalística baseia-se, naturalmente, na condição de informar. Informar prestando serviço público.

Acontece que a noção de serviço público tornar-se-á cada vez mais exígua quanto mais se pretender que serviço público pode ser prestado por grupos empresariais, que operam nas mais variadas áreas do mercado, ou seja, com interesses que vão bem além da responsabilidade de informar.

A partir do momento em que um serviço público com esta responsabilidade está à mercê dos resultados líquidos que o Chairman do grupo que controla o Jornal pretende para esse ano, então estamos na presença não de uma redacção mas sim de uma cadeia de produção de factos sensacionalistas que vendam jornais.

E é esta a motivação que, em última análise, levará os jornalistas a subverter o dever de informar, desrespeitando normas basilares que consolidam o Estado de Direito Democrático, tais como o Segredo de Justiça.

Há uns anos, muito antes dos Governos de José Sócrates, um director de um jornal (numa conferência em Lisboa) assumia que “a linha editorial do jornal era para cumprir” e que se um jornalista não quisesse escrever determinado tipo de peça “tinha mais 100 lá em baixo à espera para entrar”. Na verdade, se nós conhecemos a situação precária em que muitos destes profissionais trabalham, decerto eles conhecê-la-ão, por maioria de razão, muito melhor. Também eles percebem que o “não” dito uma vez ao director se torna no passaporte para descer até ao Piso 0 com guia de marcha para o desemprego.

Isto não justifica esta onda liquidatária do Governo, quanto a mim absolutamente irresponsável, mas justificaria concerteza que a classe jornalística se fortalecesse não perante o poder político, mas sim perante o poder económico ao qual está, de facto, subjugada e contra o qual não se tem podido sublevar.

Isto porque, o fortalecimento desmesurado dos jornais perante o poder político facilmente nos levará à ditadura da imprensa que, por si só, se torna numa ditadura de vazio. Jornais sem factos políticos ou sociais tornar-se-ão numa bolha de vácuo.

Rui Alexandre

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