Estamos a cumprir 100 anos desde o momento em que, gasta pelos escândalos do rotativismo, pelos adiantamentos financeiros à coroa e pelo crescimento da noção do estado de falência a que o reino chegara, a coroa era, enfim, atirada ao chão.
Se por um lado, o acto triunfal e já esperado, ocorrido dois anos antes, deixaria a casa real entregue a um conjunto de não soluções de sucessão, por outro, o Partido Republicano vinha ganhando algum ascendente entre os meios culturais e mais instruídos de Lisboa e Porto.
Porém, o que a história nos confirma com facilidade é que, para o sucesso da implantação da República, o esforço, a dedicação, a abnegação de um conjunto de homens de bem foi absolutamente crucial. Este esforço foi perseverante mas também ousado e crédulo.
Estamos, portanto, a cumprir 100 anos desde que um conjunto de homens abdicou do seu conforto pessoal, do regaço dos seus lares e deu o corpo às balas por um conjunto de ideais que, enquanto Socialistas e Republicanos, todos comungamos.
Julgo que, dando obviamente vivas à República, é tempo de seguirmos o exemplo destes gloriosos homens e, pela força e pela luta, levarmos por diante a nossa tarefa, por Cascais e por Portugal.
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