O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Rui Alexandre: O momento político e a política do momento

Fim de ano é por excelência momento de balanços. Ou, pelo menos, era assim que costumava ser.

Lembro-me de nestes últimos dias de Dezembro o país começar a reduzir a velocidade cruzeiro a que se deslocava, por sinal nunca suficientemente alta para pôr os cabelos de ninguém em pé. Reduzida que estava e logo o país entrava em balanços, da mercearia ao hiper, das Juntas de Freguesia ao Governo da Nação.

Mas o momento político que o país vive não tem dado tréguas àqueles que pretendam fazer seja que tipo de balanço for. Diariamente a imprensa invade e manipula a opinião pública através de verdadeiras torrentes de informação e contra-informação que em nada facilitam os balanços do momento. Também diariamente assistimos à sofreguidão dos actores políticos, numa autêntica roda-viva para tirar os maiores dividendos do que os jornais possam, enfim, relatar. Vemos outros, na mesma roda-viva a tentar fazer passar os desmentidos.

Vemos o Governo, por seu lado, a tentar legitimar um orçamento “socialista a ferros” escudado pelas circunstâncias particulares motivadas pelo descontrolo financeiro de que, em parte, todos somos responsáveis ou coniventes. Vemos a oposição, e aqui refiro-me ao PSD, a tentar afastar-se da realidade de ter sido padrinho de facto do que podemos esperar de 2011. Por outro lado assistimos a uma extrema-esquerda frenética a gritar contra a esquerda do Governo sem aceitar assumir que o resultado da sua acção passa pela entrega do poder ao liberalismo de mercado, cego e desregrado, do PSD/CDS.

Enquanto, por um lado, os centros comerciais se enchem de gente desmotivada pela crise mas motivada pela expectativa de aplicar os dois subsídios de Natal do casal num modelo mais recente do plasma que compraram no ano passado, por outro lado andam pelo país autênticas caravanas políticas a suportar candidaturas que, nesta quadra, ninguém está minimamente interessado em ouvir.

Este desinteresse só aproveita à candidatura de Cavaco, que goza do facto da confusão provocada pelas intermitências das visitas presidenciais e pelas da sua campanha presidencial, o colocarem duplamente nos ecrãs dos portugueses a lançar decibéis de desinteresse.

Enfim, o mundo e o país estão a passar por profundíssimas mudanças. Estão a ser implementadas medidas sociais cujos resultados poderão ter influências preocupantes nas gerações futuras. Porém, a entropia do momento desmotiva qualquer tipo de balanços. E a inexistência de balanços facilita a tomada de decisões, facilita a aprovação de inúmeros orçamentos pelo país fora, de Juntas de Freguesia às Câmaras Municipais, facilita o discurso das campanhas que, não tendo público atento pode dar-se ao luxo de promover as maiores aberrações retóricas.

O momento político e social são da maior importância para o futuro da Nação e a legitimação pelos portugueses dos balanços do que agora se conclui bem como das políticas que se propõem seria fundamental para o accountability da acção política. Mas a entropia sobrepôs-se aos balanços e isso aproveita sempre a alguém.

Rui Alexandre

Polítólogo
Clube de Reflexão Política A Linha

1 comentário:

Francisco Castelo Branco disse...

o balanço para Portugal e para os portugueses costuma ser sempre "negativo"