António Capucho, que suspendeu o seu mandato à frente dos destinos da Câmara Municipal de Cascais no passado dia 1 de Fevereiro, não se cansa de afirmar que Cascais é um "Oásis" fruto da sua gestão autárquica. Um Oásis no meio de um pais mergulhado numa preocupante crise económica, como se a ela imune fosse.
O que o agora ex-Presidente não refere é que na verdade, Cascais a ser o tal Oásis, sê-lo-á apenas para alguns, o que a Câmara se encarrega de assegurar nem que para isso se desperdicem dinheiros públicos, que são de todos nós Cascalenses.
Diariamente os munícipes de Cascais são confrontados com variados exemplos, os quais nos chocam profundamente. Neste "Oásis", o município de Cascais gastou, no período compreendido entre Novembro de 2008 e Dezembro de 2009, 527.406,57? para a aquisição de uma nova frota automóvel. Contudo, em Julho de 2010, e já em plena execução do Plano de Contenção Financeira do Município produzido e aprovado pela maioria PSD/CDS, o Presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, decidiu comprar, por ajuste directo, um carro de luxo de alta cilindrada, Mercedes-Benz da Classe E Avangarde, no valor de 50.000,00?.
O que é feito da recente frota automóvel? A quem foram alocadas as viaturas? Num tempo de crise em que se exigem esforços financeiros a todos os portugueses será realmente necessário adquirir um Mercedes Sport de luxo para o Senhor Presidente da Câmara?
Numa perspectiva de custo beneficio, este tipo de despesismo adquire uma importância desastrosa para as contas do município, não apenas no presente como no futuro. Na administração do município e numa óptica de avaliação do retorno deste investimento, o mesmo não se traduz qualquer satisfação das necessidades do município, nem dos que nele vivem.
Mas os exemplos não se ficam por aqui. O município de Cascais contratou recentemente uma aquisição de serviços a uma estagiária do Programa de Estágios da Administração Local (PEPAL) por um período de 18 meses, pelo valor total de 53.340,00?, para a área de Georeferenciação. Curiosamente, trata-se uma estagiária que estava a frequentar um programa criado como forma de contribuir para a inserção dos jovens na vida activa, complementando uma qualificação pré-existente através de uma formação prática, onde o município assume o seu papel.
Esta estagiária, ao celebrar esta prestação de serviços (interrompendo o respectivo estágio) passou a ter uma remuneração mensal, equivalente à remuneração de dirigente da autarquia, sendo muito superior à média dos técnicos superiores junto dos quais adquiriu os seus conhecimentos, o que é inacreditável.
Este é o exemplo do absurdo e do injustificável, na medida em que existe no quadro de pessoal da Câmara Municipal da Cascais competências técnicas que a serem aproveitadas evitariam uma poupança ao erário público.
Mas no Oásis de António Capucho e do seu, então, Vice-Presidente, Carlos Carreiras (agora Presidente), os exemplos do absurdo não se ficam por aqui. Em 29 de Dezembro de 2010, o município de Cascais, adquiriu serviços de Assessoria na Área da Engenharia para o Gabinete da Presidência no valor de 39.329,28?. O prestador do serviço é, um engenheiro na situação de reformado do exército. Não existirão funcionários do quadro da Câmara para desempenhar estas funções?
Ficamos a aguardar pelas respostas do, então ou actual, Senhor Presidente da Câmara!
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