O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

domingo, 17 de abril de 2011

Nunca a escolha de um cabeça de lista revelou tão bem que a lista não tem cabeça.

“Aí vai um homem morto a correr!” Morto politicamente, claro está. Ouvi a expressão agora mesmo na TV (nem a propósito) e achei que está tão bem para a situação como uma lata de salsichas Nobre está para um ovo mexido!


Este post não é mais, e não pretende ser, do que a entrevista de Fernando Nobre ouvida e analisada por um comum português! Tão comum que até, em pequenino, chegou a correr atrás de galinhas (e à frente também) no Alentejo. Em Portugal, como nas missões de Fernando Nobre, é normal correr atrás de galinhas. Porém eu fi-lo sem uma missão da AMI por perto. Serei eu assim tão comum?

Sentei-me no sofá, caderno na mão, disposto a ouvir e a escrever o que Nobre iria dizer. Não que as palavras mereçam ficar para a eternidade, mas sim porque a qualquer momento poderá ser útil confrontá-las com outras do mesmo indivíduo, para um eventual despiste de sintomas de Alzheimer. Não de Nobre, mas meu.

Nobre começou por dizer “Não pedi, não negociei e não exigi nada. Eu sou livre e independente.” Não duvido que não tenha exigido. Considero Passos calculista o suficiente para começar a conversa oferecendo. Nobre foi livre de aceitar ou não. Aceitou e a independência caiu-lhe aos pés.

“Condeno o ataque concertado à página do Facebook.” Considerar que escassos minutos após o anúncio de que do Sri Lanka vinham mais más notícias, estas para Portugal, é confiar demasiado na capacidade de organização da sociedade civil. Ou será que esta já estaria preparada para a notícia bombástica?

“Dois terços da estrutura directiva da minha campanha está comigo.” Sinceramente duvido. Mas muito bem, partamos do princípio que é verdade. Duvido que consigo estarão muitos mais do que esses escassos dois terços. E não esqueçamos que grande parte deles são família, tal como na própria AMI. Mas sendo verdade, parece-me que o candidato a Deputado Nobre, que se diz de esquerda do pondo de vista humanitário, esteve na sua campanha rodeado de gente, das duas uma, ou de direita (e da mais liberal); ou politicamente naif, tal como o próprio candidato parece ser.

“Não aceito o insulto organizado.” Vi, é um facto, muitos insultos a Nobre. Mas vi muito mais indignação, crítica e repúdio ao apoio que lhe fora dado. Isso não é insulto é seriedade.

“Eu sou apenas dono do meu voto.” Podia tê-lo dito na campanha para as presidenciais. Teria sido mais honesto e revelador de que o tinha a soldo.

“Eu já geri muitas equipas. Estou em condições de gerir deputados.” Os deputados não representam equipas. Representam eleitores que confiam em determinados programas, partidos e candidatos. Acreditar que gerir 230 deputados é igual a gerir uma qualquer empresa têxtil, ou uma qualquer missão humanitária, é aterrador!

“Sou um homem de esquerda.” Eu sou um homem de esquerda e sei que ser um Homem não é o que Nobre acha que é.

“Falei por três vezes com Pedro Passos Coelho … confio no homem.” Das duas uma. Ou foi hipnotizado ou é de fácil sedução, uma vez que nem sequer foi necessário abanar com programas partidários humanistas e solidários. Será que Nobre acredita que o ultra-liberal PSD de Passos lhe dará campo para devaneios humanitários?

“Já tinha decidido votar no PSD antes do convite? (pergunta de Fátima Campos Ferreira) “Não.” Esta nem merece qualquer comentário.

O meu agradecimento à jornalista que, apesar de tudo, conseguiu garantir alguma normalidade à entrevista. O resto parece Dalí! Surreal.

Rui Estêvão Alexandre

 
Texto publicado no Blogue de Esquerda da Revista Sábado
 

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