Hoje (05.01.10) a plataforma pró-referendo entregou na Assembleia da República uma petição, com cerca de 90.000 assinaturas exigindo a marcação de um referendo, imagine-se, a uma liberdade individual. Um referendo cuja única finalidade é perguntar à nação se considera que alguns cidadãos podem, como todos os outros, usufruir de um mesmo conjunto de direitos, liberdades e garantias. O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO
Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.
JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA
O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".
VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA
Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.
OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO
Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Casamentos e referendos... resquícios do Estado Novo?
Hoje (05.01.10) a plataforma pró-referendo entregou na Assembleia da República uma petição, com cerca de 90.000 assinaturas exigindo a marcação de um referendo, imagine-se, a uma liberdade individual. Um referendo cuja única finalidade é perguntar à nação se considera que alguns cidadãos podem, como todos os outros, usufruir de um mesmo conjunto de direitos, liberdades e garantias.
1 comentário:
Sobre o texto... é manifesto que o seu autor é politólogo... mas não é constitucionalista. Senão não repetia o absurdo de, primeiro, classificar uma pretensão como uma liberdade individual; segundo, não afirmava o seu espanto pelo pedido da marcação de um referendo sobre esta matéria.
Imagine-se o que será dito se, como já foi anunciado, o PS apresentar uma proposta de referendo sobre a Regionalização... uma imposição constitucional consagrada e plasmada no texto constitucional desde 1976!?!
Mesmo que hipoteticamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse uma "liberdade individual", alguém que dominasse a ciência jurídica jamais desconheceria que são imensas as restrições legais que existem e que condicionam (quando não excluem) pessoas do gozo, do exercício ou mesmo da titularidade de um Direito Fundamental.
Depois o argumento contra a convocação do referendo deixa no ar a ideia de que seria um absurdo "perguntar à Nação" se esta concorda com a alteração das regras do casamento. Mas depois argumenta-se com a Democracia representativa para encontrar a bondade e a legitimidade legiferante. Mas, só por uma questão de esclarecimento: não é o PS (e o BE... o PC tenta passar despercebido neste assunto) que invoca o voto dos portugueses no PS (e no seu programa) para justificar a legitimidade do Governo para apresentar a proposta de Lei e para a AR a aprovar?!? Então qual é a diferença? Quando se elege os deputados não se pergunta à Nação qual é a composição da AR que pretende?!?
Sobre o que a CRP diz no artigo 13º, já começa a ser aborrecido: esta disposição constitucional não é a consagração do "igualitarismo", antes limitando-se (e não é nem pouco nem pouco importante) a consagrar o princípio da proibição da discriminação que não seja desproporcional e injustificada. A não ser assim, como se compreenderia a não inconstitucionalidade da chamada "Lei da Quotas"?!?
É evidente que não compreende o que diz o art. 13º. E o sintoma é muito evidente: cita o artigo a eito. Como se ele fosse self-evident...
Sobre os qualificativos («conjunto de preconceitos religiosos e pró-reacionários»... «perfeitos resquícios do Estado Novo») demodés e com origem tão facilmente identificável... dispenso qualquer comentário: eles próprios tratam disso...
Apenas diria que são mais "panfletários" que académicos... e a um politólogo exige-se algo mais. Creio eu...
Sobre o excurso em redor do Código Civil... fico-me por aqui.
Como volta ao Direito Constitucional («não está em causa a iniciativa de um conjunto de cidadãos pedir que o parlamento se pronuncie acerca de determinado assunto. O que está em causa é o assunto em particular») eu volto a tentar esclarecê-lo. Não sei se sabe, mas a CRP e a "Lei do Referendo" definem quais os assuntos sobre os quais não pode ser convocado um referendo. A contrario sensu deve concluir-se que todos os demais o podem ser. Assim os órgãos com competência o decidam propor e convocar.
E, já agora, volto a pedir: como é que o mesmo colégio eleitoral tem o poder de eleger deputados (e os motivos que cada eleitor mobiliza para os escolher são vários, complexos e de geometria variável) e estes ficam mandatados para «alterar esta situação de pura injustiça social»; mas o mesmo colégio eleitoral, em razão da importância da questão, não o pode fazer em sede de referendo? Onde é que está a coerência?!?
Além disso, nem percebe o perigo da sua afirmação: e se nas próximas eleições, PSD e CDS propuserem-se revogar a lei que as esquerdas agora querem aprovar; e se o colégio eleitoral, no próximo acto, lhes der maioria absoluta ... têm ou não legitimidade para o fazer?
E a sua "boca" final é, no mínimo risível: voltar à linguagem e à canga da !ª República só pode ser fruto de um recalcado desejo de regresso aos tempos de um regime que nem às pessoas do PS recomendava...
Cumprimentos,
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