Um facto notado mas pouco comentado das eleições de dia 7 foi a elevada percentagem do voto em branco e nulo, que seria suficiente para eleger um deputado. Claro que, com tanta abstenção, a percentagem pode ser enganadora, sendo provável que em autárquicas e legislativas ela desça para valores mais próximos dos dos chamados pequenos partidos. Para isso, contudo, são necessárias duas coisas:2) lembrar que o voto não é apenas um acto, o de colocar o boletim na urna; é um processo, pelo qual a nossa cruz no boletim nos vincula a uma força política cuja acção nós apoiámos e que, no final do período abrangido pela eleição, será chamada a ser avaliada de novos por todos nós.
Ou seja, o voto não é o fim da democracia, mas o seu início. É verdade que a abstenção, tal como o voto branco ou nulo, exprime um sentimento, mas não vincula ninguém a nada. Só o voto nos responsabiliza, tanto quanto responsabiliza os partidos. E só pode falar em nome da qualidade da democracia, da exigência com os partidos, etc., quem começar por se responsabilizar.
1 comentário:
A identidade do autor do artigo ficou... em branco...
Enviar um comentário