Uma maioria absoluta PSD/CDS seria o pior dos cenários hipotéticos, o do cavaquismo extremo, com a democracia, política, embora não constitucionalmente, suspensa, não pelos seis meses que Ferreira Leite já manifestou desejar, mas por quatro longos anos de uma forma de presidencialismo de facto, em estilo autoritário. Este é o sonho de todos os cavaquistas inveterados que há algum tempo atrás preconizavam, insistentemente, até, uma concentração maior de poderes no Presidente da República, ambição que só teve o PS como limite para a sua concretização constitucional.
Outro quadro hipotético, o de uma vitória do PSD sem condições de governar em maioria absoluta, cenário menos gravoso que o anterior e que embora preocupante (quem acredita em Manuela Ferreira Leite como alguém capaz de abrir horizontes para o Portugal moderno?), não assusta o PS e que levaria o Partido a reassumir o seu anterior estatuto de principal partido da oposição.
Restam ainda os outros dois cenários possíveis, os que todos os socialistas preferimos: O da vitória do PS, com maioria relativa, que implicaria uma governação com exigências necessariamente diferentes das que conhecemos nos últimos quatro anos e o cenário da renovação da maioria absoluta do PS, que só dependerá da vontade que vier a ser manifestada nas urnas.
Penso que a melhor atitude que o Partido Socialista há-de tomar para obter a vitória nas próximas Legislativas, será, com a humildade de quem se entrega nas mãos do povo soberano, assumir, se necessário, alguns erros de percurso, como foram certas intenções reformistas que ficaram pelo caminho e que acabaram por mais não fazer do que penalizar a imagem do próprio governo. A partir desse ponto, sem receios e com justo orgulho, o PS fará competentemente o trabalho que lhe cabe: o de informar os cidadãos acerca daquilo que fez de bom durante o presente mandato (e foi muito), confiando enfim, no bom senso do eleitorado, que soberanamente terá a última palavra.
2 comentários:
Cheguei hoje ao blogue peka primeira vez.
Vou passar a ser habitual.
Um comentário, talvez a desproposito: a falta de comentários.
MS
Caro Paulo,
Julgo que é tempo dos dirigentes políticos em exercício, os tais profissionais da política, darem mais atenção a estes projectos e comentários.
Quando não o fazem admiram-se dos resultados...
Enfim
Quem avisa...
Parabéns pelo Blog e pela newsletter...
Jorge Sousa,
Lisboa
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