Embora a «direita dos blogs», referida há umas semanas aqui a propósito da BlogConf, não seja capaz de o perceber, o destino dos líderes de PS e PSD joga-se em função das duas eleições, legislativas e autárquicas, não apenas da primeira delas. Pensar em acordos quando não se sabe quem os fará, mas é certo que não serão Sócrates e Ferreira Leite, é descabido. Quem vencer as legislativas, como tudo indica sucederá ao PS, mesmo que governe em minoria (como o PS terá quase de certeza de fazer, atendendo às alternativas no imediato), terá aliás condições razoáveis para o fazer. Graças aos prazos inibitórios à dissolução da Assembleia por parte do Presidente, os primeiros dois anos de governação, sensivelmente, ficam perto de garantidos. O que se será capaz de realizar neles, claro está, é a dúvida. Mas quem sabe o que esses dois anos vão trazer? Nada impede um governo de iniciar funções em minoria e, mais tarde, completar o mandato através de novos apoios parlamentares, seja com novas políticas da «extrema esquerda», seja com novos líderes da Direita. Foi esse, aliás, o caminho de António Costa com o actual executivo camarário lisboeta.
Pensar em Agosto em soluções de problemas que só em Outubro irão ficar definidos, quando só a partir desse momento será possível lidar com eles e haverá dois anos para o fazer, serve apenas para insistir no que já se sabe: maioria absoluta é improvável, BE e PCP não querem governar, PSD e CDS continuam exactamente como há 5 anos, etc., etc. Bem anda o Secretário Geral do PS ao falar das suas propostas e daquilo que quer e não quer, em vez de perder (o nosso) tempo com encenações desprovidas de argumento.
Carlos Leone
2 comentários:
Sócrates já defeniu as linhas de orientação, alguém tem dúvidas??
Os restantes andam à boleia...!!
Hoje como no passado, as linhas mestras são a chave do sucesso!!
Não há luzes na ribalta...Sem os bastidores!!!
Elisabete
Mais uma vez fica uma boa reflexão.
Gostei
J. Semedo
Enviar um comentário