O LEGADO DE ABRIL NA HISTÓRIA DE UM PORTUGAL DEMOCRÁTICO

Vasco Lourenço e Alfredo Barroso - Num jantar que contou com mais de uma centena de pessoas, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso partiram as suas memórias e evocaram os valores de Abril e o legado da "Revolução dos Cravos" na história de um Portugal democrático.

JOSÉ LUÍS JUDAS NO JANTAR DO CLUBE A LINHA

O Clube A Linha contou com a presença de José Luís Judas onde foi especificamente abordado o processo de concepção e execução da estratégia e do projecto que conduziu à vitória do Partido Socialista nas eleições autárquicas em Cascais, com o slogan "mudança tranquila".

VÍTOR RAMALHO NO CLUBE A LINHA

Vítor Ramalho, Presidente da Federação de Setúbal do PS, recordou a matriz genética do partido Socialista, debruçando-se especificamente sobre os desafios autárquicos com que o PS se vê confrontado no Distrito de Setúbal, apresentando a estratégia política seguida nas últimas eleições autárquicas, bem como o caminho que se está a trilhar naquele distrito.

OS DESAFIOS DO CRESCIMENTO ECONÓMICO

Vieira da Silva e Pedro Marques - Cascais acolheu José António Vieira da Silva e Pedro Marques para mais um debate promovido pelo Clube A Linha, onde os convidados partilharam com o auditório, a sua visão sobre os desafios que Portugal enfrenta em matéria de crescimento económico.

OS DESAFIOS AUTÁRQUICOS DE 2013: CONTRIBUTOS PARA A ACÇÃO POLÍTICA

José Junqueiro - Perante um auditório lotado, José Junqueiro sublinhou a importância das próximas eleições autárquicas para o Partido Socialista, onde se irão sentir pela primeira vez os efeitos da limitação de mandatos.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Paulo Ferreira: A força da Europa

A Chanceler alemã Angela Merkel sustentou recentemente que os estados incumpridores deverão ser punidos com a expulsão da zona Euro, alegando que os "países fortes" não podem atrasar a sua marcha de progresso por causa dos "países fracos."

É evidente, ninguém discute a liderança económica da República Federal Alemã na União: os respectivos índices de produção industrial com toda a propriedade lhe justificam o habitual epíteto de "motor da Europa". Mas também importa lembrar que essa liderança sempre foi um pressuposto da criação e desenvolvimento do projecto europeu. Pois que, a nosso ver, a abertura das fronteiras e concomitante liberalização dos mercados não teria tido lugar caso esse processo não se afigurasse vantajoso para o gigante germânico. Daqui não resulta que os estados economicamente mais frágeis tivessem ipso facto de ficar a perder com a sua adesão. Também eles procuraram garantir a defesa dos seus interesses próprios aquando das negociações dos tratados. Com efeito, a Europa sempre existiu no pressuposto de uma troca de benefícios entre os países que a compõem: “A União promove a coesão económica social e territorial, e a solidariedade entre os Estados-Membros.”, Tratado de Lisboa, art.º 3º, § 3º.

A ameaça com o banimento para uma Europa a duas velocidades acaba por ser ineficaz como medida compulsória, porquanto essa é a dura realidade que os portugueses sempre conheceram e que esta admoestação apenas veio colocar em maior evidência. A enorme diferença nos salários, nas pensões e nas prestações sociais, entre os “países fortes” e os “países fracos“ não deveria deixar margem a ilusões: mostra-se à saciedade que a Europa nunca chegou a marchar a uma única velocidade. O reconhecimento de que a integração trouxe alguns resultados positivos ao nível do desenvolvimento não deve fazer escamotear o aumento do desemprego, bem como os desiguais índices de qualidade de vida entre os cidadãos dos diversos estados europeus, que se perpetuam.

Estando em causa o sucesso do modelo de coesão europeia que nos foi proposto, quando os interesses instalados resistem a submeter-se ao escrutínio das opções por si tomadas, pode revelar-se tentadora a via da culpabilização dos mais pobres, fundada na perigosa invocação do velho arquétipo darwiniano: os fortes eliminam os fracos.

Este episódio deve alertar-nos não tanto para os problemas com a sustentação da moeda europeia, quanto para a crise a que parece estar a ser submetida a própria ideia fundamental que deu corpo à União: coesão e solidariedade entre os Estados-Membros.

Paulo C. Ferreira

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