Entretanto, já se conhecia, mas voltou a atingir, nos últimos tempos, o limite do tolerável, a banalização das explicações para a desigualdade fundadas numa espécie de história natural (e, manda a ‘correcção política’, inteiramente despojada de intelligent design), que só aos ‘vencedores’ concede a garra, a raça, a inteligência, e, enfim, a ‘humanidade’ suficiente para justificar a parte de leão que para si reservam dos bens socialmente produzidos. Tais explicações são o vade mecum dos grupos que se organizaram para – à semelhança dos integrantes do movement conservatism, que há cinquenta anos começou a tomar de assalto o Partido Republicano – facilitar a construção de um ‘senso comum’ submisso e complacente, invariavelmente em conflito com a evidência empírica disponível.
Nos EUA, como em Portugal, o crescimento da desigualdade, como o enfraquecimento das instituições do Estado ou a supressão de direitos, têm raízes nos movimentos sociais, nos partidos políticos e nos programas que, expressa ou tacitamente, os advogam e põem em prática.
Em breve tentarei uma espécie de recensão. Por agora, limito-me a recomendar o livrinho que aqui vos deixo.
Bons sonhos!
João Santos
2 comentários:
Isto da desigualdade até vai dar um congresso internacional em Liboa, no fim de Outubro. Cá espero em linha essas próximas prosas...
Estou curioso. Quem patrocina?
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